HUNGRY NOMADS - 2017
- ..
- 7 de out. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de set. de 2021
Uma história curta e forte. Pancada na cabeça.
Por Paulo Alexandre

Para contar um pouco da minha história com a Hyngry Nomads preciso falar sobre algumas bandas que marcaram a minha escalada pelo penhasco da música, até agora. A pancadaria pscicodélica do Soundgarden entrou nos meus ouvidos direto do toca fitas Panasonic da minha irmã, o famoso 3 em 1, as fitas gravadas na casa de alguns conhecidos traziam mais do que os berros de Cornel, o que me chamou atenção foram as harmonias incomuns para o rock. Era 1996 e eu tomava conhecimento de muitas bandas através do meu irmão mais velho, que na época era guitarrista de bandas de rock nacional e heavy metal, dessa leva de músicos iratienses surgiu uma banda que teve grande dedicação e sucesso e tem muito prestígio no cenário headbanger, existente até hoje inclusive com membros da formação original e mais de 20 anos de estrada o Beltane é um monstro do heavy metal iratiense, vale a dica para os headbangers. Nesse momento eu já aprendia os primeiras bends na guitarra que, anos mais tarde troquei pelos tambores, pratos e muito mais suor. O Soundgarden foi a minha iniciação no grunge e um outro despertar para as ideias contra culturais. Até então o que eu ouvia com mais frequência era o rock nacional dos anos 80 e muito heavy metal, conhecer este outro lugar da música, me levou até outras bandas locais como a Adeus, que de tão boa, merece uma outra postagem, mas que vai ficar no link para conferir no youtube. O fato é que depois disso tudo, no ano passado eu estava em Santa Maria RS em um supermercado e me encontrei com Darci Ribeiro baixista da Hungry Nomads, uma amiga nos apresentou, combinamos um ensaio, ele me passou o link de um EP no youtube e começamos a tocar juntos. O que isso tem a ver com o início da história? É que quando ouvi o som da Hungry me ocorreu uma espécie de flashback, tive uma sensação parecida como quando conheci Soundgarden, apesar de as bandas serem muito distintas. Senti algo assim quando ouvi Hendrix pela primeira vez. Ricardo Comerlato guitarrista, antigo baterista e principal compositor da Hungry, foi quem me apresentou alguns sons como Invasores de Cérebro, Cólera e Calibre 12 bandas punk brasileiras que me escapavam do conhecimento por algum motivo que me distanciou um pouco das grandes bandas nacionais, me levando muito mais para o rock clássico internacional. A banda santamariense Fúria Rockpauleira me foi apresentada pelos caras da HN em um ensaio no estúdio do Beco, foi mais uma descoberta incrível, críticas ácidas e uma pegada trash muito marcante, banda com mais de quinze anos de estrada com quem tive o prazer de dividir o palco, também foram forte influência para as composições da HN. Depois do primeiro ensaio no Beco, tive muito trabalho para tirar as linhas de batera extremamente marcantes e bem trabalhadas, em algumas músicas como Personal Jesus, a batera ganha destaque não por tomar conta da música, mais por ser tão essencial da forma como foi construída que não permite outra que não aquela. Insanity Morning, faixa título do EP, é uma música chave para entender a Hungry Nomads, soa como muitos tiros de fuzil que rasgam a atmosfera separados por pausas, seguidos uma dose de desespero. Foi um ótimo ano, 2017 vai deixar saudades, ainda falta falar muita coisa sobre esta passagem por Santa Maria, sobre o vocalista visceral Rogério Maronez e sua fixação em me achar parecido com o ator Paulo Tiefenthaler do Larica Total e ainda um pouco mais sobre o baixista Darci Ribeiro, mas isso eu deixo para outro momento. Abaixo estão alguns links de bandas que eu comentei no texto. Até breve.
Comments